Qual a importância da coloração nos peixes de estimação?

A maioria dos peixes de estimação são apreciados pela grande variedade de cores que possuem. Essas cores vibrantes em peixes de cativeiro são mantidas através de uma boa alimentação.

A nutrição é importante para promover o crescimento e o desenvolvimento adequado, devendo conter nutrientes que reforcem o sistema imune, auxiliem no realce de suas lindas cores e garantam o bem-estar do peixe.

Em seu ambiente natural, os peixes consomem frequentemente microalgas, macroalgas, plantas, microrganismos e crustáceos, ingerindo, desta forma, uma grande quantidade de carotenoides, apresentando uma coloração mais intensa em comparação aos criados em cativeiro.

Assim como os demais animais criados em cativeiros, os peixes não conseguem sintetizar os carotenoides, sendo necessária sua suplementação na dieta desses animais.

Carotenoides são substâncias que participam no processo de pigmentação da pele dos peixes, são responsáveis ​​pelos tons vermelhos, laranjas e amarelos. Eles atuam como antioxidantes naturais, ajudam a prevenir o estresse e estimulam o sistema imune.

Os carotenoides são sintetizados por algumas plantas, microrganismos e algas. As fontes naturais utilizadas nos alimentos para peixes de estimação são as farinhas de subprodutos de crustáceos, farinha de krill, spirulina, milho, glúten de milho, urucum, pimentas vermelhas e algumas leveduras. E as fontes sintéticas são produzidas em laboratório, as mais comuns são à base de cantaxantina e astaxantina. Tanto as fontes naturais quanto as sintéticas são compostos orgânicos.

Existem duas fontes de astaxantina: a natural, que pode ser obtida através das algas vermelhas, microalga Haematococcus pluvialis e resíduos de crustáceos; E a sintética (fórmula estável e similar a astaxantina natural), que é a mais utilizada nas dietas. O fator limitante ao uso da fonte natural é o custo que chega a ser cinco vezes maior que o custo da fonte sintética.

Assim como a astaxantina, a cantaxantina pode ser obtida de fontes naturais (bactérias, algas e alguns fungos) e de fontes sintéticas. Nas formulações para peixes a mais utilizada é a sintética, devido a maior disponibilidade no mercado e ao seu custo.

A coloração dos peixes pode ser determinada por alguns fatores:

Alimentar – consumir uma dieta que contenha nutrientes que influenciam direta ou indiretamente na cor. A quantidade de carotenoides no alimento, o tempo de fornecimento desta dieta, sua qualidade e a quantidade de alimento consumido são fatores que influenciam na coloração;

Genético – herança de material genético de determinadas cores, o peixe já nasce com essa pigmentação mais aflorada;

Sistema nervoso e glandular – o realce na coloração depende do humor e da saúde. Um animal doente é menos colorido que um saudável. Os machos podem desenvolver cores mais fortes para atrair as fêmeas;

Qualidade e parâmetros da água – quando a água não está de acordo com as exigências da espécie do peixe a coloração do animal reduz.

Para que o peixe apresente uma boa qualidade de vida e, consequentemente, expresse a coloração característica da sua espécie, ao escolher sua dieta, além de avaliar a composição e a quantidade de alguns nutrientes (Proteína Bruta, Extrato Etéreo, entre outros), é necessário avaliar as fontes de carotenoides presentes no alimento e fornecer condições ambientais favoráveis a ele.

Texto: Samara Mostafa

Zootecnista da Nutricon

Revisão: Ana Murcia e Gabriela Sola

Bibliografia:

Hoffmann, I; Tsuzuki, M. Y.; Derner, R. B.; Pigmentação e crescimento de Amphiprion ocellaris utilizando astaxantina natural e sintética. 2016 Tese (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.

Zuanon, J. A. S.; Salaro, A. L.; Furuya, W. M. Produção e Nutrição de peixes ornamentais. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 40, n. 1, p. 165-174, nov.2011.

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