Problemas com algas em aquários!

Saiba quais são os principais problemas que elas trazer e as melhores formas de solucioná-las

As algas são um problema que todo aquarista um dia vai enfrentar. Ainda que as dificuldades geradas por elas sejam comuns, poucos realmente sabem o que leva ao grande crescimento delas por todo o aquário, isto é, o gatilho para sua expansão. Inicialmente, é importante explicar que são dois os tipos de algas mais comuns em aquário de água doce.

As algas pardas são mais encontradas em aquarios com pouca intensidade de luz, mas também ocorrem em zonas mais sombreadas de aquarios com media iluminação, sendo menos comum no último caso. Aparecem normalmente no substrato (fundo), vidros, ornamentos em geral e também nos filtros.

Já as algas verdes são mais comuns em aquarios de média e alta intensidade de luz. O excesso de luz, em muitos casos, pode deixar a água do aquário completamente dominada por elas. É muito comum em aquarios plantados devido justamente aos equipamentos de iluminação e substratos férteis utilizados em sua montagem. A temida alga peteca, por exemplo, é um tipo de algo verde da qual falaremos mais à frente.

Primeiramente, precisamos começar a observar as algas como um sinal, um sintoma de que algo não vai bem em seu aquário. Se não fosse pelo surgimento delas, nutrientes se acumulariam a ponto de serem toxicas aos animais do aquário. Mas graças a elas, esses nutrientes em excesso ficam “aprisionados” ao serem consumidos, tendo seu efeito toxico adormecido. Portanto, se houver algas surgindo em excesso em seu aquário, você tem algum problema que precisa ser resolvido, elas só estão ali para avisar.

Agora vamos entender sobre os tipos mais comuns de algas que ocorrem e quais avisos elas nos dão.

Proliferação de algas por todo substrato inerte:  esse é um sinal claro de excesso de matéria orgânica acumulada no fundo de seu aquário. Ela pode ter duas causas relacionadas. O primeiro é o excesso de alimentação, que leva ao acumulo de restos de alimentos não consumidos. Eles têm alto poder de nutrição para essas algas, o que fera o rápido aparecimento de enormes colônias delas. A outra causa pode ser a falta de limpeza da sujeira acumulada no fundo do aquário devida à fezes dos peixes. Aos poucos, elas se acumulando e formando um substrato rico em nitratos e fosfatos e muito potássio e micronutrientes, beneficiando somente as algas que começam a crescer e se expandir de maneira contínua, porem de mais lenta que no caso anterior. A baixa intensidade de luz resultara em algas pardas, por sua vez, a média e alta intensidade de luz gerará em maioria de algas verdes.

Cuidados: limpar o fundo do aquário (sifonagem); diminuir a quantidade de ração por dia; realizar a manutenção do filtro e a troca parcial de água. Nunca limpar somente as algas ou somente o fundo, deve-se fazer sempre o processo completo. Esse problema normalmente, também desencadeia o próximo.

Proliferação de algas pelo vidro, ornamentos e equipamentos: durante a decomposição, tanto dos restos de ração quanto de fezes dos peixes, são liberados níveis continuo e crescentes de nitrato e fosfato, o que leva as altas concentrações deles na agua. Quando em pouca intensidade de luz, as algas começas a aparecer pelos vidros, enfeites, equipamentos e todos os locais possíveis para consumir os nitratos e fosfatos de sobra. Quando vir muitas manchas de algas pelo vidro, comprove você mesmo e faça um teste de nitrato (NO3) e um teste de fosfato (PO4). Verá com surpresa que esses nutrientes estarão de médio para cima.

O aparecimento de algas, então, pode estar ligado ao acumulo de matéria orgânica no fundo e a falta de trocas parciais da água. A falta de manutenção do filtro também pode gerar o problema. Mesmo com um fundo “limpo”, teremos a matéria em decomposição acumulada no filtro, além dos peixes que liberam amônia. O resultado da união desses dois elementos, em um aquário bem equilibrado, é justamente o nitrato, que na falta da troca parcial da água tende a fiar acumulado, gerando o surgimento das algas para consumi-lo.

Cuidados: limpeza das algas, manutenção do filtro e troca parcial da água vão resolver esse problema. Você também pode utilizar mídias específicas removedoras de nitrato e de fosfato no aquário, para reduzir drasticamente o aparecimento e o tempo de proliferação delas. Lembre-se: nunca limpe somente as algas, realize sempre todo o procedimento. A baixa intensidade de luz resultará em algas pardas, enquanto que a médias e alta intensidade de luz resultará em algas verdes.

Proliferação de algas verdes por toda a água: o causador do problema é o mesmo que já foi abordado: nitratos e fosfatos em excesso. Quando somados à alta intensidade de luz, no entanto, temos o chamado processo de eutrofização da água, um enorme crescimento de algas por toda a água, levando-a ficar completamente verde. É um problema muito comum em lagos ornamentais e aquários que tem exposição direta à luz solar, pois, mesmo em níveis não tão altos de nitratos e fosfatos, com alta intensidade de luz as algas se proliferam por toda água.

Cuidados: se não for um aquário ou lago plantado, recomenda-se diminuir a intensidade de luz, reduzir possíveis níveis de nitrato e fosfato. Para isso, orienta-se a troca parcial da água e/ou mídias removedoras desses nutrientes, mais manutenção dos filtros e menos quantidade de ração a ser oferecida por dia. Se não for possível diminuir a intensidade de luz, filtros UV podem ser bons aliados neste caso, mas faça o resto do processo de manutenção.

Texto: Bruno Rocha Taglietto

Revista Pet Center

Post anterior
Qual a diferença entre aquecedor, termostato e termostato com aquecedor?
Próximo post
Qual a importância da coloração nos peixes de estimação?
Menu