As enzimas digestivas auxiliam na quebra dos nutrientes presentes no alimento, tais como a proteína, lipídeos e carboidratos de modo que possam ser absorvidos pelo epitélio intestinal.
O muco produzido na boca e no esôfago dos peixes não possuem enzimas digestivas. Na maiorias das espécies de peixes a digestão do alimento se inicia no estômago, pois secreta enzimas que fragmentam as proteínas, sendo a pepsina a mais comum. Nas espécies carnívoras essa enzima é importante, pois inicia a digestão das proteínas. Já foram encontradas no estômago outras enzimas como amilases, esterases e lipases.
Peixes que se alimentam de insetos ou crustáceos produzem quitinases que quebram a quitina presente no exoesqueleto.
As enzimas mencionadas acima apresentam maior atividade em pH ácido. A secreção do ácido clorídrico é necessária para reduzir o pH da ingesta no estômago.
Nas espécies que não possuem estômago, como a carpa comum não há produção de ácido clorídrico e nem de pepsina. A hidrólise das proteínas é realizada pela tripsina pancreática.
A maior parte da digestão dos alimentos ocorre no intestino e nos cecos pilóricos (quando presentes), pois uma grande quantidade de enzimas são produzidas pelo pâncreas e liberadas no início do intestino ou nos cecos pilóricos. Dentre essa enzimas temos as proteolíticas (que quebram as proteínas) como a tripsina, quimiotripsina, carboxipolipeptidase, elastase e colagenase. A lipase e a fosfolipase A2 são responsáveis pela hidrólise dos lipídeos e são produzidas no intestino na presença de triglicerídeos e fosfolipídeos. Quanto mais insaturado é uma ácido graxo, maior será a ação das lipases. A amilase é responsável pela hidrólise do amido.
Em peixes de hábito alimentar onívoro e herbívoro há maior secreção da amilase, pois é essencial para a digestão dos carboidratos presentes na dieta, nos peixes carnívoros a secreção de amilase é limitada.
Peixes herbívoros possuem menor quantidade de enzimas proteolíticas comparado aos peixes carnívoros.
A secreção de enzimas digestivas ocorrem não apenas por variações nos nutrientes da dieta ingerida diariamente, mas também de acordo com a frequência alimentar, quantidade consumida da dieta, temperatura e estágio de desenvolvimento.
Referências
- Baldisserotto, B. Fisiologia de peixes aplicada à piscicultura. Editora UFSM, 2013.
- Fracalossi, D. M.; Cyrino, J.E.P. Nutriaqua: Nutrição e Alimentação de Espécies de Interesse para Aquicultura Brasileira. Ministério da Pesca e Aquicultura, 2012.
- Kubitza, F. Nutrição e Alimentação dos peixes cultivados. Jundiaí. Editora DEGASPARI, 1999.