Como elaborar um alimento de qualidade?

Na elaboração dos alimentos para os animais de estimação vários pontos são levados em conta para produzir um alimento de qualidade, como por exemplo:

  • Conter todos os nutrientes que o animal precisa para se desenvolver;
  • Atender as especificações e padrões estabelecidos para o produto;
  • Ser isento de contaminações.

Erros nas formulações dos alimentos, uso de ingredientes de má qualidade ou inadequados geram problemas na saúde e desenvolvimento dos animais e em alguns casos levam a intoxicação.

Na etapa da formulação é necessário conhecer os nutrientes dos alimentos que deseja utilizar, por exemplo, os ingredientes provedores de proteínas devem apresentar alto valor biológico (o quanto da proteína que é digerida e aproveitada pelo organismo) e o valor biológico depende de um equilíbrio adequado de aminoácidos essenciais presentes no alimento; é necessário também ter uma alta digestibilidade, (para melhorar a utilização da proteína); para os ingredientes os provedores de lipídeos é preciso avaliar a composição dos ácidos graxos, em particular os poli-insaturados das séries ômega 3 e ômega 6. Após a seleção dos ingredientes e baseada na exigência nutricional de cada animal é realizada a formulação do alimento e em seguida vem a etapa de seleção dos fornecedores de cada ingrediente.

A qualidade dos alimentos depende da qualidade dos ingredientes utilizados. O primeiro passo para assegurar a qualidade dos ingredientes é qualificando os seus fornecedores, estes devem garantir a entrega de ingredientes de qualidade e dentro da especificação solicitada, ou seja, cada ingrediente possui um padrão de qualidade onde é estabelecido os níveis ideais e aceitáveis para as características químicas (os nutrientes), características físicas (densidade, cor, odor, sabor, textura, microscopia) e as características biológicas (ausência de pragas, fungos, bactérias e micotoxinas). A qualificação do fornecedor é feita baseada no recebimento dos ingredientes que devem estar dentro dos padrões estabelecidos em suas especificações, para isso é realizada uma análise visual no momento do recebimento de cada lote dos ingredientes (para verificar se atende as características físicas e ausência de pragas), se não atender o ingrediente não deverá ser descarregado, mas se atender, após a descarga é retirado uma amostra do lote recebido e enviada para laboratório para analisar as características químicas (análise de proteína bruta, fibra bruta, extrato etéreo (lipídeos/gordura), cálcio, fósforo, micotoxinas, umidade e entre outras), com os resultados da análise visual e laboratorial os fornecedores recebem uma nota e são qualificados ou desqualificados.

A etapa seguinte é o controle no processo de produção, o responsável pela produção e os operadores são essenciais no controle de qualidade durante o processo produtivo. A verificação é constante em todas as etapas de produção desde o recebimento dos ingredientes e seu armazenamento, seguido pela pesagem, mistura, moagem, processamento (extrusão/flocos), embalagem, controle do produto final e sua expedição e transporte até o distribuidor.

A verificação dos níveis nutricionais dos alimentos deve ser realizada periodicamente, esse procedimento é feito comparando os resultados nas análises laboratoriais do alimento fabricado e os níveis estabelecidos em sua fórmula, e que constam nos rótulos dos alimentos no campo nível de garantia.

Visando a elaboração de alimentos saudáveis para os animais de estimação, a Nutricon trabalha com controles de processo que atendem as normas de BPF (Boas Práticas de Fábrica), descritas na IN4 do Ministério da Agricultura, de 23 de fevereiro de 2007, onde visam à elaboração de alimentos seguros e livres de contaminações de qualquer natureza.

 

Texto: Samara Mostafa

Zootecnista da Nutricon

Bibliografia:

Butolo, J. E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. 2010. 2a Edição. Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. Campinas.

Fracalossi, D. M.; Cyrino, J.E.P. Nutriaqua: Nutrição e Alimentação de Espécies de Interesse para Aquicultura Brasileira. Ministério da Pesca e Aquicultura, 2012.

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