Os alimentos para animais de estimação passam por vários tipos de processamento, dentre eles a extrusão e a peletização. O processamento das dietas serve para melhorar o valor nutritivo do alimento, a aceitação, redução da granulometria (facilitando a ingestão do alimento) e no caso dos peixes, melhorar a estabilidade do alimento na água.
Processo de Extrusão
Utilizado há mais de 60 anos para produzir alimentos para animais. É um processamento mais elaborado aos quais os ingredientes são submetidos à umidade (20 e 25%), alta pressão (30 a 60 atm) e temperatura elevada (130 a 1500C), resultando na expansão da mistura dos ingredientes produzindo produtos finais (péletes) de baixa densidade que flutuam na água, também é possível fabricar péletes de baixa densidade que afundam para as espécies de peixes e camarões que se alimentam no fundo do aquário e peletes que afundam lentamente para as espécies que se alimentam no meio da coluna d’água.
A adição de calor e umidade altera os componentes da mistura e aumenta a digestibilidade do amido, proteína e lipídeo, melhorando a absorção destes nutrientes pelo organismo do animal. Outra ação positiva é a melhora na palatabilidade do alimento e alta integridade física, reduzindo a possibilidade de perda de nutrientes na água.
Após a extrusão e antes do resfriamento é possível adicionar óleo por cobertura nos alimentos extrusados, esta operação apresenta benefícios, tais como: reduzir o teor de finos (de pó), melhorar o aspecto final do produto, acerto dos níveis de energia para atender a exigência nutricional e adição de alguns aditivos que são sensíveis a alta temperatura, como por exemplo, os probióticos.
Processo de Peletização
O uso de alimentos peletizados na alimentação de peixes é feito em pequena escala no Brasil. É um processo mais simples do que o processo da extrusão, os péletes sempre afundam na água, pois na peletização a aglomeração e compactação da mistura de ingredientes eleva a densidade dos péletes.
Neste processo a mistura de ingredientes também é aquecida e submetida a umidade e pressão, porém em menores valores quando comparados a extrusão. A temperatura máxima atingida é 900C e a umidade entre 16 a 18%. O amido não é tão cozido, desta forma não ocorre a total aglutinação da mistura e gera um maior teor de finos (pó) que contribuem para o desperdício do alimento. Os péletes apresentam baixa integridade física, podendo perder parte dos nutrientes na água.
O processo de extrusão exige custo de investimento mais elevado, porém este custo compensa pela melhora na eficiência alimentar.
Bibliografia:
Fracalossi, D. M.; Cyrino, J.E.P. Nutriaqua: Nutrição e Alimentação de Espécies de Interesse para Aquicultura Brasileira. Ministério da Pesca e Aquicultura, 2012.
Texto: Samara Mostafa
Zootecnista da Nutricon