As micotoxinas são substâncias produzidas por diversos fungos e podem causar intoxicação aos animais que consomem alimentos contaminados por elas, como por exemplo, efeitos negativos no crescimento, desenvolvimento e reprodução.
Os adsorventes de micotoxinas são aditivos adicionados aos alimentos destinados aos animais de estimação. Apresentam a função de ligar-se às micotoxinas e transportá-las para fora dele, evitando que sejam absorvidas pelo trato gastrointestinal e que ocorra a intoxicação do animal de estimação.
A intoxicação por micotoxinas pode ser leve, apresentando sinais como: redução do apetite, do crescimento e do desenvolvimento do animal; e também poderá ocorrer diarreia e vômito.
Já na intoxicação crônica o animal apresenta letargia (perda temporária ou completa da sensibilidade e dos movimentos), distúrbios nervosos, olhos opacos, lesões na pele, aumento do tamanho e lesões nos rins, fígado, baço e coração, apresentam também redução da resposta imunológica, problemas de saúde e em alguns casos podem chegar à morte.
Como os alimentos para animais podem ser contaminados por micotoxinas?
Alguns ingredientes utilizados nas formulações dos alimentos, como por exemplo: milho, trigo, amendoim, girassol e farelos de origem vegetal (farelo de soja, farelo de trigo, etc.), podem ser contaminados ainda no campo, na hora da colheita ou durante o seu armazenamento; a contaminação também pode ocorrer durante o processo produtivo e com o mau armazenamento das rações e das matérias-primas dentro da empresa, acarretando o desenvolvimento de fungos e a produção de micotoxinas.
A melhor forma de prevenção de problemas com micotoxinas adotada pelos fabricantes de alimentos para animais de estimação é realizada através do uso das “Boas Práticas de Fabricação (BPF)”, onde são adotados alguns cuidados, tais como:
- controle rigoroso de qualidade das matérias-primas e dos fornecedores;
- limpeza minuciosa nos equipamentos utilizados no processo produtivo dos alimentos, para evitar a proliferação de fungos na linha de produção;
- secagem correta dos alimentos, devendo ficar abaixo de 12% a umidade;
- adição de aditivos como fungistáticos (antifúngicos) e adsorvente de micotoxinas;
- armazenagem adequada dos alimentos em local seco e arejado, afastado das paredes e pisos, posicionados sobre paletts e orientar aos distribuidores e lojistas deste procedimento.
Texto: Samara Mostafa
Zootecnista da Nutricon
Revisão: Ana Murcia e Gabriela Sola
Bibliografia:
Butolo, J. E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. 2010. 2a Edição. Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. Campinas.
Kubitza, F; Kubitza, L. M.M. Saúde e manejo sanitário na criação de tilápias em tanques rede. 2013. 1a Edição. Jundiaí.