7 Dicas para uma posse responsável: Tartaruga

Tartarugas podem ser bichos de estimação incríveis. O que não têm em agilidade, compensam em fofura e magnetismo. Antes de comprar uma, contudo, é importante saber que cuidados ela requer — desde o berço até a velhice — e se preparar para o sacrifício que ser dono de um animal assim exige. Ter uma tartaruga é um compromisso para a vida toda, e saber o que esperar o ajudará a tomar a decisão certa. A criação deste réptil envolve quatro aspectos: abrigo, nutrição, saúde e higiene.
1 – O que é uma tartaruga?

Conheça as características da tartaruga antes de comprar uma. O que são tartarugas, cágados e jabutis? Tudo depende da região onde você mora.

• Tartaruga: termo que abarca tanto espécies aquáticas como terrestres na América do Norte, espécies marinhas na Austrália e no Reino Unido, e espécies de água salgada e algumas de água doce na América do Sul.

• Jabuti: compreende espécies terrestres na América do Norte, na América do Sul e no Reino Unido, e somente espécies de água doce na Austrália (país desprovido de quelônios terrestres).Cágado: refere-se a espécies de água doce no Reino Unido e na América do Sul. Na América do Norte, é exclusivo da espécie de água doce Malaclemys terrapin.

• Este artigo obedece à categorização americana. 

2- Escolhendo uma tartaruga

Encontre um bom vendedor. A maioria das pet shops vende tartarugas, mas talvez não a espécie que você procure, então informe-se por telefone antes de ir à loja. Também é possível encontrar criadores na internet ou por intermédio da sociedade local de tratadores de répteis. Consulte as leis locais. Alguns países só permitem a criação de répteis mediante uma licença.

3 – Abrigando a tartaruga

Escolha o viveiro de acordo com a espécie e o tamanho da tartaruga. Por exemplo:

• Jabutis de regiões secas: exigem terra e uma pequena porção de água. São originários de áreas subtropicais, de clima temperado, e passam por um período de hibernação. A maioria dos espécimes pode morar num viveiro ao ar livre cercado e com um abrigo adequado. Grama e ervas seriam adições bem-vindas ao “chiqueirinho”. Como tais espécies geralmente gostam de se enfiar na terra, a cerca precisa ser parcialmente subterrânea. Quem vive em regiões de clima quente deve propiciar um lugar onde o animal possa tomar banho.

• Jabutis de regiões tropicais: exigem um ambiente mais quente. Podem ficar ao ar livre nas épocas quentes, mas devem passar a maior parte do ano dentro de casa. Para assegurar a umidade e temperatura adequadas, pode ser necessário instalar um sistema de aquecimento no viveiro (com placas aquecedoras etc.). Animais dessa espécie podem ser mantidos em terrários.

• Tartarugas aquáticas: precisam de uma quantidade adequada de água. O tamanho da área seca varia de acordo com a espécie — algumas são totalmente aquáticas e viveriam bem num aquário, a não ser que você pense em criá-las para a reprodução; nesse caso, seria necessária uma pequena porção seca.

O aquário precisa comportar 40 L para cada 2,5 cm da tartaruga. Ou seja: uma tartaruga de 13 cm exige um aquário de 200 L. Equipe o viveiro com os acessórios certos. Os detalhes específicos variam de uma espécie para a outra, mas existem algumas regras gerais:

• Tartarugas criadas em ambientes fechados: precisam de um aquário, uma luz aquecedora (que é normalmente muito potente — pergunte o número específico de watts ao atendente da Pet shop), uma rocha ou outra superfície seca onde possam ficar para se aquecer (ilhas flutuantes não são indicadas para tartarugas grandes) e, se necessário, água (de preferência depositada num recipiente de fundo inclinado, a fim de criar partes fundas e partes rasas). Pode ser necessário depositar cascalho ou pequenas pedras no fundo. Pergunte ao vendedor da Pet shop quais são os outros itens essenciais ao aquário.

• Tartarugas criadas ao ar livre: o cercado tem de ficar numa área ensolarada e ser rico em vegetações inofensivas ao réptil. Deve haver uma lagoa (que não precisa ser grande) ou uma banheira, já que tartarugas gostam de nadar ocasionalmente, ainda que passem a maior parte do tempo fora d’água. Coloque plantinhas dentro da lagoa e pedras em volta dela. Deve haver uma toca onde a tartaruga possa se abrigar à noite e todo tipo de vegetais verdes, entre os quais ela gostaria de se embrenhar. Uma vez que tartarugas são escapistas notáveis, a cerca precisa rodear toda a área e ser de ótima qualidade. Convém enterrá-la 0,5 m no solo, a fim de que a tartaruga não possa fugir por baixo dela.

4 – Alimentando a tartaruga 

Providencie o alimento certo. Cada pessoa que você ouvir dirá que as tartarugas têm uma preferência diferente. O melhor conselho, portanto, é experimentar todas elas, desde que você saiba que elas podem ser consumidas pelo réptil com segurança. Tartarugas são exigentes no que diz respeito a comida.

• Tartarugas criadas ao ar livre: normalmente, espécies terrestres são onívoras e aceitam todo tipo de hortaliça inofensiva a elas. Grama e ervas são seus pratos favoritos, assim como repolho picado, alface romana (a alface americana não é muito nutritiva), brócolis e tomates. Entre suas frutas favoritas estão morango, framboesa, pera, maçã, pêssego e flor de dente-de-leão. (Por causa do alto teor de açúcar, não ofereça frutas mais do que uma ou duas vezes ao mês.)

• Tartarugas criadas em ambientes fechados: espécies aquáticas e semiaquáticas são mais carnívoras do que as herbívoras tartarugas terrestres; gostam de camarões, lagostins, gafanhotos, lesmas, caramujos etc. A carne nunca deve ser frita ou gordurosa (como carne de hambúrguer). Minhocas, larvas de tenébrio e insetos como tatus-de-jardim e grilos são um bom petisco. Algumas hortaliças, vegetais e frutas (exceto espinafre, banana e alface americana!), também devem fazer parte do cardápio para proporcionar a nutrição adequada.

• Corte toda a comida em pedaços pequeninos que o réptil possa abocanhar. Tartarugas são acostumadas a se alimentar de vegetais presos ao solo, e só podem morder porções menores que a própria boca.

• Há tartarugas que gostam de ração de peixe congelada. Ofereça um ou dois quadradinhos a cada refeição. Para instruções mais precisas, consulte um especialista em quelônios.

• Conheça os alimentos mais indicados para a sua espécie de tartaruga antes de fazer a aquisição, pois cada espécie tem necessidades diferentes. Importante, também, é saber que alimentos não oferecer a ela, os quais devem ser informados aos outros residentes e convidados da casa.

Esteja ciente de que nem toda tartaruga se alimenta todos os dias. Alimente-a em dias intercalados, a não ser que a espécie que você tem em mãos exija uma rotina diferente. Não aproxime a mão da boca dela ao alimentá-la. Uma mordida, ainda que acidental, poderia machucar bastante. 

5 – Cuidando da higiene

Adquira animais para fazer companhia a ela no viveiro: guacaris, ciclídeos, peixes-dourados e caramujos. Troque 25% da água a cada sete dias. Uma substituição total removeria as bactérias benéficas, tão essenciais à saúde do aquário. A nova água deve ser tratada com condicionador de água, que remove o cloro, a cloramina e o fluoreto presentes na água de torneira, e com um catalisador de bactérias benéficas.

• Mantenha seus filtros! Jamais troque de uma vez todo o sistema de filtragem, que é o lar das boas bactérias. De vez em quando, enxágue o filtro com água tratada com condicionador e catalisador de bactérias.

• Troque a água de beber diariamente. Também é importante substituir o recipiente em que ela é servida por um limpo uma vez ao dia.

• Descarte toda a comida rejeitada, no mais tardar, horas depois depois de servi-la. De outro modo, ela apodreceria e se tornaria uma fonte de infecções bacterianas, além de exalar um mau cheiro.

• Remova as fezes diariamente com uma pequena pá. Isso é particularmente importante para quem cria a tartaruga num terrário ou numa gaiola. Se as fezes deixarem alguma mancha depois de removidas, limpe-a minuciosamente.

• Lave as mãos minuciosamente antes e depois de manusear a tartaruga. O fato de que todo animal pode transmitir infecções, doenças e parasitas explica a necessidade de se lavar as mãos antes do manuseio. Mas não se esqueça de que você, por sua vez, também pode causar o mesmo mal ao réptil; por isso é tão importante lavar as mãos antes.

6 – Convivendo com a tartaruga

Segurando a tartaruga: ao comprá-la, tente não segurá-la nas primeiras três semanas, pois ela é um animal muito tímido que precisa de um certo tempo para se habituar ao novo ambiente. Isso pode ser frustrante agora, mas, com o passar do tempo, ela passará a confiar em você, o que seria ótimo. Pergunte ao vendedor da Pet shop se a espécie com que você está lidando é propensa a morder — sendo esse o caso, jamais aproxime suas mãos da boca dela.

• Na hipótese de você levar uma mordida, fique aproximadamente uma semana sem perturbar a tartaruga. Se a mordida não deixar nenhuma marca aparente, apenas lave a região com loção bactericida, mas havendo alguma laceração, consulte um médico imediatamente para tratar quaisquer infecções.

• Curta a sua tartaruga. Tartarugas vivem tanto quanto os humanos (em alguns casos, até mais!), então você deve se preparar para amar e cuidar desse bichinho por toda a vida. Se você não se julga à altura da tarefa, ou se não há alguém de confiança a quem você poderia entregar o réptil em caso de necessidade, este não é o bicho de estimação para você.

7 – Escolhendo parceiros de aquário para a tartaruga

• Evite animais perigosos. Peixes são um ótimo incremento ao aquário, contanto que sejam do tipo certo. Bagres não são indicados, pois, caso ela tente devorá-los, poderia se engasgar com as barbatanas e morrer. Além do quê, alguns bagres contêm veneno nas barbatanas.

• Escolha peixes que não representem risco à tartaruga — e que ela possa comer, se você assim desejar. Barrigudinhos seriam uma ótima adição ao aquário: além de muito bonitos, podem servir de alimento para a tartaruga.

• Não deixe a tartaruga conviver com peixes caros, pois grande é a chance de ela devorá-los. Peixes baratos, como o barrigudinho e o peixe-dourado, são as melhores opções.

Fonte: wikihow

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